sábado, 5 de abril de 2008

Palavras melodiosas

O que são as palavras senão a expressão do que sente e do que se pensa?
O que seríamos de nós sem elas?
O que seriam elas sem nós?

Um texto bem estruturado, escrito com afinco, mesmo que não tenha rimas ricas ou nem mesmo rimas pobres, há uma melodia escondida que nos faz esquecer do tempo e viajar nas palavras.
A cada livro que leio crio uma realidade virtual, mergulho de cabeça nos personagens, na época, nas situações e lugares.
Eu não sei quanto a vocês mas a minha paixão pela leitura não veio desde cedo. Eu me recusava a ler qualquer livro didático na escola, afinal, o obrigatório é chato demais. Procurava por resumos, perguntava a colegas e a minha sorte é que a maiora das provas de literatura permitiam a consulta. Lembro que até cheguei a ler alguns, mas tão dispersa que nem lembro quais, pensava em milhares de coisas muito mais prazerosas. E foi assim até O Cortiço de Aluísio Azevedo, um verdadeiro clássico que de entediante não tem nada e pode ser devorado em um dia por alguém devotado à leitura. Essa obra da lituratura brasileira me abriu os olhos, antes turvos para tal dedicação, e indico a mesma para quem deseja adquirir o hábito de ler.
Não sei quantos livros os meus olhos já consumiram, mas tenho certeza de que não é um número nem perto de me considerar uma verdadeira fã do exercício. Não me dou por satisfeita e acho que isso não irá acontecer.
Eu gosto de livros que mexem com o meu interior, gosto de perceber os sentimentos do próprio autor em seus personagens. Alguns gêneros que me agradam: policial, suspense, de ficção, auto-ajuda, espírita, místico, histórico, fatos reais e outros. Histórias como Tróia não me me chamam a atenção, neste caso prefiro os filmes.
Não tenho autores preferidos, na verdade costumo marcar os livros pelos os seus títulos, depois me dirigo à história do autor, isso se me interessar em saber quais outros ele escreveu, senão passo batido.
Em menos de duas semanas li O Fio da Navalha de W. Somerset Maugham, achei vazio, não me passou nada de interessante e nem me deixou pensando no que aconteceria nas próxima páginas, e Angústia de Graciliano Ramos, chato, bem chato, muita repetição e um personagem obcecado, o que pode ser bem interessante para a psicologia mas em um livro torna-se fatigante. Agora estou terminando Lolita de Vladimir Nabokov, famoso, já virou filme e um seriado brasileiro inspirado na história mas que agora não me recordo o nome. É um livro perturbador, contudo, interessante, é a história de um homem que sente-se muito atraído por ninfetas (meninas novas de 12 - 15 anos, é como ele as chama), seria perfeitamente enquadrado como pedófilo e estuprador. No início parece que ele é um homem centrado, apesar de seu desejo constante por menininhas, ele mantinha suas loucuras sexuais em sua mente deturpada, ele sonhava acordado, mas isso não durou muito, há sempre um ponto em que o lado proibido de qualquer ser humano vem à tona. Não contarei toda a história senão perde a graça, mas acrescentarei a minha visão quanto a ele: o personagem se descreve de uma maneira tão graciosa e suas palavras transmitem todo o desejo e amor que sente pela mulher que acabo por torcer que eles fiquem juntos, até que me lembro que não é uma mulher, é uma menina e sinto um nojo exasperado de qualquer critatura que se valha da fragilidade desse ser, imediatamente lembro da minha prima, ainda tão criança e tão boba, é verdadeiramente perturbador e não vejo a hora de chegar ao final.
Aceito indicações e ao lado direito da página tem um espaço que criei para indicar livros, tudo ao meu gosto é claro mas de qualquer maneira interessante.

Um comentário:

Anônimo disse...

na verdade, o seriado Anita foi baseado no livro homônimo de Mário Donato, e foi escrito na década de 50 ou 60.

claro que rola uma identificação com lolita, mas, tirando a parte 'pedófila' as histórias são bem diferentes (até pelo seriado dá pra ver que a mordaz Anita em nada tem a ver com apática Lolita).



shay.